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Plano Nacional de Leitura, que arrancou em Setembro, já suscitou a adesão
online de quase
nove mil escolas de todos os pontos do País e níveis de escolaridade. Ontem, no 2.º Congresso de Editores Portugueses, a comissária do plano,
Isabel Alçada, revelou a adesão de 3341 Jardins Infantis, 4616 escolas do 1º ciclo e 741 do 2º ciclo. "Cinco mil destas escolas já nos enviaram os seus projectos", disse a responsável pelo plano que distribuiu 1,5 milhões de euros pelas escolas para a aquisição de livros.
"A estratégia do plano privilegia os primeiros anos de escolaridade. Os estudos dizem que os hábitos de leitura se desenvolvem cedo na vida. É como nadar ou andar de bicicleta. Depois dos 11 ou 12 anos é mais difícil adquirir essa competência", acentuou
Isabel Alçada, ao falar no encontro organizado pela UEP (
União dos Editores Portugueses), que termina hoje na
Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Depois de pormenorizar os pontos fortes e fracos do plano, a comissária lembrou que "os resultados não são para amanhã" mas que dentro de cinco anos, em 2011, "talvez já se perceba o seu impacto", após o estudo de avaliação a cargo do ISCTE.
Teresa Calçada, sub-comissária do Plano, realçou a existência de bibliotecas nas escolas públicas, que já "abrangem 79 por cento dos alunos", lembrando que "82 por cento dos estudantes do 2º e 3º ciclos possuem uma biblioteca moderna, simpática e multimédia". Em sua opinião são estruturas que "em última instância fazem leitores futuros para as artes, letras e ciências".
Neste congresso,
Eduardo Prado Coelho também expressou que a situação em Portugal, no que toca à leitura, passou "da pré-modernidade, em que se lia pouco, para uma pós-modernidade em que certos factores de barbarização da cultura estão mais activos". Lembrou que hoje se publicam mais livros no País, há novos editores e livrarias, "mas ao mesmo tempo não podemos ignorar que mesmo os alunos universitários desconhecem as obras fundamentais da cultura portuguesa e da cultura universal".
Fonte:
Diário de Notícias -14-11-006